sábado, junho 26, 2004

 

Holanda ou Suécia?

Li em certo sítio:

Bebemos a vodka
Comemos as tapas
Comemos os bifes
Venha o queijo holandês
... ou as almôndegas suecas
Que o digestivo será o
Conhaque francês

E nao é que os gregos voltaram a ser desmancha-prazeres? Cá para mim, se Portugal chega à final (o que desejo, sobretudo porque significará que mereceram à custa de bom jogo) o digestivo será essa maravilha que é a cerveja checa.
 

os heróis

Cada jogo tem os seus, e nos quartos-de-final eles foram oficialmente três: os que marcaram os golos (Hélder Postiga e Rui Costa) e o guarda-redes (Ricardo). Para o Hélder e o Rui foi memorável, pois puderam calar a boca àqueles que os deitavam abaixo.

Não sei quem resolveu acabar com a carreira do Rui Costa através dos jornais, mas a atitude crítica que ele teve sobre as asneiras do Mundial 2002 faz-me pensar que é a própria FPF que o detesta. Mas não só ele tinha razão, como o imenso talento que põe em campo transforma a equipa portuguesa numa gazua que abre todas as portas para a baliza do adversário, seja esse quem for (guardarei na minha memória aqueles 20 minutos de magia em que Portugal marcou 3 golos à Polónia). Com o Rui, sinto que Portugal pode ganhar a qualquer um. Marcou aquele golo na ressaca duma bola que se recusou a entrar 1 minuto antes, aquele disparo foi como que a dizer que não estava bem enterrada, agora é que vai lá para dentro.

Quanto ao Hélder, que foi desprezado pelo clube inglês onde joga, marcar aquele golo à Inglaterra, ainda por cima um golo tão à inglesa, é o melhor argumento que podia sonhar ter. Ainda por cima, foi marcar o penalty daquela maneira à antiga-Jugoslava, um pouco a responder aos ingleses que sabia fazer o mesmo mas muito melhor, mas que confiança, que segurança, que brilhantismo técnico! Tenho a certeza que a carreira dele vai levar uma bela volta por cima a partir de agora, e como ele o merece!

O Ricardo cumpriu, mas continuo a não sentir confiança nele. Tem demasiado a mania que é bom, ao menos com o Baía tínhamos a certeza que já lhe tinha passado isso.

Mas houve outros heróis, e em especial o Figo, que conseguiu apesar de ter esta algo incaracterística selecção inglesa de estilo defensivo sempre em cima dele, nunca perdia a bola mesmo quando parecia impossível fazê-lo. Se ao menos, em vez do desajustado Deco ele tivesse o Rui Costa a jogar com ele...

Mas o que é que se pode esperar dum treinador que premeditadamente festeja as vitórias de Portugal com a bandeira brasileira?
 

os ingleses

Merecemos ganhar-lhes, sem dúvida. Tivemos muito controlo do jogo, mostrámos maior variedade de soluções, fizemos os golos mais bonitos. E eles apostaram demasiado em jogarem à retranca — o estupendo golo do Owen logo de início não pode servir de desculpa para isso. Mas também podem dizer que tiveram algum azar, com a substituição forçada do Rooney (deixou de ver-se o Owen), o incrível falhanço do Beckham (bom, o Rui Costa retribuiu, acontece aos melhores, mas no caso Beckham é aterrador não ter marcado nenhum dos 2 penalties que teve para converter neste campeonato). Já a desculpa do árbitro é que não pega.

Realmente os ingleses nunca nos têm vencido a não ser quando é a feijões. É o preço das batotices que nos fizeram em 1966?

Gostei imenso de ver jogar o Ashley Cole. Não deu hipóteses ao Cristiano Ronaldo, e em geral não precisou de fazer faltas. Grande estilo, apesar de ser da equipa perdedora achei-o o melhor jogador em campo.

A maneira como os ingleses atacavam a bola (sempre com lealdade; os ingleses só sabem jogar com fair-play e mostraram-no mais uma vez, com os portugueses à excepção do Deco a corresponderem; isso faz bonitos jogos de futebol) foi uma grande arma que eles tiveram perante a molenguice com que a equipa portuguesa entrou.

Todos sabemos como o comércio vai sentir saudades dos adeptos ingleses, mas uma boa parte deles talvez fique, vendo como puderam ver a cordialidade com que são tratados nesta terra. Tanto Brit nas nossas terras vai trazer muitos proveitos no futuro desta terra turística, e talvez para outros ramos também.

sexta-feira, junho 25, 2004

 

Agora as meias-finais

Hoje caí na tentação de blogar. Depois da vitória de Portugal sobre a Inglaterra, há aqui coisas que têm de sair-me do peito para fora.

Ganhámos sim, mas não ando convencido. Sou um bocado para o céptico quanto à qualidade da nossa selecção, mas juro, se tiverem unhas para chegarem à final e ganharem, vou adorar! Até porque o Intermarché vai ter muitas contas para pagar...

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